
Por Enzo Bernardes
Uma pesquisa feita pela Thomson Reuters indica que 95% dos profissionais preveem que a GenAI será essencial para o fluxo de trabalho de suas organizações dentro de cinco anos. A pesquisa, que abrangeu quase 1.800 profissionais globais dos setores jurídico, tributário, contábil, de riscos corporativos e governamental, indica que esses profissionais cada vez mais reconhecem o potencial da GenAI, com o sentimento positivo aumentando 11% em comparação ao ano passado. Isso se concretiza nos percentuais de adoção da AI que quase dobrou de 12% para 22% em apenas doze meses.
Profissionais corporativos
Apesar de 89% identificarem casos de uso para a GenAI, 64% ainda não receberam treinamento específico para seu setor. Há uma forte convicção sobre a aplicabilidade da GenAI: 90% dos profissionais do setor jurídico, 92% do setor tributário e 88% da área de risco corporativo reconhecem seu potencial de uso. O setor tributário corporativo se destaca no apoio à adoção da tecnologia, com 75% dos profissionais atualmente favoráveis ao uso da GenAI, um aumento em relação aos 60% do ano anterior. Por outro lado, cerca de um terço dos profissionais dos setores jurídico e de risco ainda se mostram inseguros quanto à adoção da GenAI em suas áreas.
Para Laura Clayton McDonnell, Presidente do segmento de Corporações, a GenAI está revolucionando os negócios ao superar barreiras, reduzir a sobrecarga de informações e se consolidar como uma ferramenta fundamental para aprimorar a eficiência e a tomada de decisões:
“Com a adoção da GenAI nos departamentos tributários corporativos chegando a 75%, um aumento de 20% em um ano, os líderes corporativos agora podem tomar decisões mais oportunas e bem-informadas ao avaliar a expansão global corporativa, fusões e aquisições e o impacto de mudanças tarifárias“.
Ela completou afirmando que GenAI é cada vez mais vista como uma aliada, timizando tarefas baseadas em grande volume de documentos e elevando a qualidade das decisões nos setores jurídico e de risco.
Área tributária
Os escritórios de contabilidade registraram a mudança mais significativa na adoção da GenAI corporativa, com um salto de 8% em 2024 para 21% em 2025. Esse avanço acompanha a mudança de percepção dos profissionais da área tributária: 71% agora acreditam que a GenAI deve ser aplicada ao trabalho diário, um aumento em relação aos 52% do ano anterior. A demanda por essa tecnologia também vem dos clientes, com 77% desejando que seus escritórios de contabilidade utilizem a GenAI, embora 59% não saibam se isso já acontece. Entre os principais usos da GenAI na área tributária e contábil estão a pesquisa tributária (77%), a preparação de declarações de imposto de renda (63%) e a consultoria tributária (62%).
Elizabeth Beastrom, Presidente do segmento de Tax & Accounting Professionals, afirmou que a avanço na adoção da AI coloca a contabilidade entre os setores de serviços profissionais com o crescimento mais acelerado na aceitação da GenAI:
“Os dados mostram claramente que o ceticismo inicial está rapidamente dando lugar ao reconhecimento do potencial da GenAI para aumentar a produtividade e a prestação de serviços ao cliente. Escritórios que não estão fazendo o melhor uso da GenAI em seus trabalhos contábeis e tributários correm o risco de ficar para trás em termos de eficiência”.
Profissionais jurídicos
O uso da GenAI no setor jurídico quase dobrou de 2024 para 2025, passando de 14% para 26%, e 45% dos escritórios jurídicos entrevistados já utilizam a tecnologia ou planejam integrá-la como parte central de seus fluxos de trabalho dentro de um ano. Embora 89% dos profissionais acreditem que a GenAI é aplicável às atividades jurídicas, 48% dos escritórios ainda não estabeleceram políticas formais para seu uso.
Raghu Ramanathan, Presidente do segmento de Legal Professionals, afirmou que o setor jurídico está adotando a GenAI não como uma ameaça, mas como uma aliada, aprimorando a expertise jurídica:
“Estamos auxiliando escritórios de advocacia no início de uma transformação fundamental na forma como o trabalho jurídico é realizado, e os escritórios que desenvolverem estruturas de governança criteriosas obterão uma vantagem competitiva. O desafio não é tecnológico, mas organizacional — como integrar essas ferramentas poderosas e, ao mesmo tempo, abordar questões éticas legítimas e exclusivas da prática jurídica. Os escritórios que encontrarem esse equilíbrio definirão a próxima era da prestação de serviços jurídicos”.