Netflix atribui queda no lucro trimestral a disputa tributária com o Brasil

Por Redação

A Netflix informou que uma disputa tributária em andamento com as autoridades fiscais brasileiras, relacionada à cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), impactou negativamente seus resultados do terceiro trimestre de 2025.

Segundo a empresa, o conflito reduziu o lucro operacional, que ficou abaixo das projeções internas e das estimativas de analistas de Wall Street.

De acordo com comunicado divulgado na terça-feira (21.out.2025), a plataforma de streaming registrou lucro operacional de US$ 3,24 bilhões entre julho e setembro, cerca de US$ 400 milhões a menos do que o previsto. Apesar do revés, o valor representa um crescimento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.

As projeções para o quarto trimestre estão amplamente em linha com as expectativas do mercado, indicando que a companhia espera retomar o ritmo de crescimento nos próximos meses, mesmo diante dos desafios tributários enfrentados no Brasil.

Despesa inesperada

A empresa detalhou que precisou provisionar aproximadamente US$ 619 milhões devido à disputa tributária iniciada em 2022, o que afetou diretamente o desempenho do trimestre. Segundo o comunicado, a Netflix teria superado as estimativas de lucro caso não fosse por essa despesa extraordinária.

O conflito envolve a cobrança de uma modalidade da Cide, e, segundo a empresa, o impacto financeiro foi pontual. A Netflix afirmou ainda que não espera efeitos relevantes nos resultados futuros. “Não esperamos que essa questão tenha impacto material nos resultados futuros”, diz a nota.

No período encerrado em setembro, a Netflix registrou lucro líquido de US$ 2,54 bilhões, alta de 7,7% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O lucro por ação ficou em US$ 5,87, ante US$ 5,40 no ano anterior, mas US$ 1 abaixo da previsão da própria empresa e das estimativas dos analistas, que esperavam US$ 6,94.

A receita total cresceu 17%, alcançando US$ 11,5 bilhões, em linha com as projeções de Wall Street. Para o quarto trimestre, a empresa projeta lucro de US$ 5,45 por ação e vendas de US$ 12 bilhões, ligeiramente acima das expectativas do mercado, que estimavam US$ 11,9 bilhões em receitas e US$ 5,42 de lucro por ação.

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