
Por Gabriel Benevides, de Brasília
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), sinalizou querer votar o projeto da reforma da renda (PL 1.087 de 2025) já na semana que vem. Ele disse que irá pautar o texto “na mesma hora” após a aproovação na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).
Relator do PL, Renan Calheiros (MDB-AL) havia dito que queria apresentar o parecer sobre o texto nesta ou na próxima semana. Com o prazo acabando, a tendência é que saia na comissão na 3ª feira (4.nov.2025).
Alcolumbre afirmou que iria conversar com o emedebista sobre a redação ainda hoje. O presidente do Senado falou com a imprensa no Congresso, em Brasília.
Entenda a reforma do Imposto de Renda:
- Quem paga menos – O texto determina a isenção de IR para rendas até R$ 5.000 ao mês, com desconto gradual até a faixa de R$ 7.350.
- Quem paga mais – Haverá cobrança extra escalonada para ganhos a partir de R$ 600 mil até R$ 1,2 milhão ao ano. Ultrapassada essa faixa, a alíquota é travada em 10%. Dividendos também entram na conta, incluindo remessas ao exterior.
O QUE JÁ SE SABE
Renan Calheiros já afirmou que trabalha com algumas possibilidades para a tramitação do texto na Casa Alta:
- “Desmembrar” o projeto para que parte volte à Câmara e o resto siga para a sanção.
- Votar da forma que está e apresentar um projeto complementar.
- Acatar emendas de redação.
- Suprimir trechos.
O emedebista tem criticado recorrentemente a exclusão dos ganhos com a parcela isenta da atividade rural, com letras de crédito e com outros títulos da base de cálculo do Imposto Mínimo –determinações ausentes na redação do governo e adicionadas durante a tramitação com os deputados.
Ele cobrou a Fazenda publicamente pelas estimativas de impacto das mudanças. Segundo a IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado, haveria a possibilidade de um saldo negativo de R$ 1 bilhão por causa das alterações.
As falas também fazem parte de uma rusga política. Calheiros é opositor do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), que relatou o PL 1.087 na Câmara e adicionou as mudanças. Ambos devem concorrer à Casa Alta por Alagoas em 2026.



