60% das empresas brasileiras já consideram usar IA generativa para relatórios fiscais, diz estudo da KPMG

AI technology brain background digital transformation concept – Reprodução: Freepik

Por Enzo Bernardes

Mais da metade das organizações brasileiras (60%) já consideram utilizar inteligência artificial generativa (IA) para a elaboração de relatórios fiscais, revelando uma tendência de rápida adoção tecnológica na área tributária. O dado faz parte do estudo “Global AI in Finance Report: Inteligência Artificial na Gestão Tributária”, conduzido pela KPMG com 100 empresas brasileiras de diferentes setores.

O levantamento mostra ainda que 37% das empresas no país já implementaram ou testaram IA para rastrear despesas e deduções fiscais, enquanto 22% utilizam essas tecnologias para o monitoramento e conformidade com regulações tributárias.

De acordo com o relatório, o avanço da IA no ambiente fiscal brasileiro está superando a média global. Entre as empresas de outros países, 30% já estão testando ou utilizando IA na gestão tributária, e 50% ainda se encontram em fase de planejamento.

A adoção da IA na função financeira está transformando o mercado global, com impactos significativos na gestão tributária. Nas empresas brasileiras, há uma disposição crescente de explorar o potencial da IA para otimizar processos, garantir compliance regulatório e reduzir riscos operacionais”, afirma Frank Meylan, sócio-líder de Tecnologia, Transformação Digital e Inovação da KPMG no Brasil.

O estudo também revelou que as empresas brasileiras vêm adotando estratégias distintas para incorporar a inteligência artificial (IA) em suas áreas financeiras. No país, há uma tendência de recorrer a estruturas externas e equipes centrais para acelerar a implementação dessas tecnologias, em vez de concentrar investimentos na formação de expertise interna.

Segundo o levantamento, 62% das organizações possuem uma equipe central de IA fora da função financeira, responsável por desenvolver e integrar soluções de forma transversal. Além disso, 51% utilizam recursos externos de IA, como consultorias e fornecedores especializados, enquanto 33% contam com uma equipe central dedicada à gestão de iniciativas internas. Apenas 27% das empresas afirmam alocar a IA diretamente nos departamentos financeiros, como auditoria e tributos.

A IA na gestão tributária não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para as empresas otimizarem operações e se manterem competitivas. Embora desafios ainda existam, a crescente adoção dessa tecnologia demonstra seu valor crescente. As empresas que souberem incorporar a IA estrategicamente estarão mais preparadas para enfrentar os desafios do futuro e garantir uma gestão tributária mais eficiente e inovadora”, afirma Marienne Coutinho, sócia-líder de Tax Transformation da KPMG no Brasil.

Ainda conforme o estudo, desafios estruturais ainda dificultam a implementação na gestão tributária. As principais barreiras incluem: complexidade das regulações fiscais, que exigem atualizações constantes; dependência de sistemas legados, que dificultam a integração de novas tecnologias; falta de dados atualizados, impedindo análises preditivas eficazes; e alto nível de julgamento humano, necessário para decisões tributárias complexas.

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