Comissão do Senado analisa PL alternativo da reforma da renda na 4ª feira

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) – Foto: Roque de Sá via Agência Senado - 14.ago.2024
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) – Foto: Roque de Sá via Agência Senado

Por Gabriel Benevides, de Brasília

A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado vai analisar às 11h de 4ª feira (24.set.2025) o projeto de lei alternativo (PL 1.952 de 2019) à reforma do Imposto de Renda idealizada pelo governo. 

O texto estava pautado na reunião deliberativa da comissão nesta 3ª feira (23.set). Entretanto, o senador Izalci Lucas (PL-DF) pediu vista e ganhou 24h para analisar mais o documento. O Portal da Reforma Tributária foi presencialmente ao Senado.

A tramitação na Casa Alta é lida como um recado à Câmara dos Deputados, que tem demorado a analisar o projeto original (PL 1.087 de 2025) elaborado pela equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na prática, ambos os projetos tem os principais pontos muito semelhantes:

  • Isenção do IR para quem recebe até R$ 5.000 ao mês.
  • Cobrança escalonada da faixa de R$ 5.000,01 até R$ 7.350.
  • Tributação de 10% para ganhos com lucros e dividendos que excedam R$ 50.000.
  • Imposto mínimo com escalonamento para a renda de R$ 600 mil ao ano até atingir o teto de 10% nos ganhos a partir de R$ 1,2 milhão anuais.

A principal diferença do PL alternativo é a criação de um programa de regularização tributária para a baixa renda. Na prática, cidadãos que recebem até R$ 5.000 teriam acesso à iniciativa.

Outra divergência diz respeito à compensação dos municípios e estados. Os entes perdem receita porque parte do IR dos funcionários públicos é destinado aos cofres dos governos estaduais e das prefeituras. Com uma isenção mais ampla, as perdas são observadas.

Acolheu-se parcialmente uma emenda do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que determinou um pagamento aos prefeitos e governadores que diminui até 2035. Ficaria assim:

  • 2026 a 2029 – 100% de compensação.
  • 2030 a 2031 – 80%.
  • 2032 a 2033 – 60%.
  • 2034 – 40%.
  • 2035 – 20%.

O projeto determina que o cálculo do ressarcimento levará em consideração a diferença de arrecadação em relação a 2025, com valores corrigidos pela inflação.

Leia abaixo o relatório apresentado nesta 3ª feira na CAE:

O PL 1.952 de 2019 é de autoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM), mas foi muito modificado este ano para ficar nos moldes do projeto de Lula. 

LIRA X CALHEIROS

O relator do texto alternativo é Renan Calheiros (MDB-AL). Ele é opositor político de Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara que relata o projeto do governo na Casa Baixa. 

Calheiros afirmou que a demora para votar a proposta do governo entre os deputados estava “gerando expectativas negativas sobre a tramitação desse tema”

Também disse ser uma “armadilha” condicionar as negociações na Câmara a pautas políticas como a anistia e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da blindagem.

Caso aprovado na CAE, o texto segue direto para a Câmara. Lira deve falar com os líderes ainda nesta 3ª feira em busca de pautar o tema. Ou seja, o texto de Calheiros pode ficar obsoleto.

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