
Por Gabriel Benevides, de Brasília
A Petrobras é a empresa que mais pagou tributos em 2024, com um montante de R$ 190,3 bilhões no período. A Ambev (R$ 41,2 bilhões) e o Itaú (R$ 25,7 bilhões) fecham o top 3.
Os dados foram divulgados em 1º de dezembro pela Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas) em um estudo realizado em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas).
A apresentação dos dados foi realizada em um evento em São Paulo na 5ª feira (4.dez.2025). O Portal da Reforma Tributária esteve presente.
Outro destaque no ranking foram as companhias do setor elétrico, como CPFL Energia (R$ 18,4 bilhões), Neoenergia (R$ 17,7 bilhões) e Equatorial (R$ 16,1 bilhões).
- Leia a lista completa abaixo:

“A relevância desses dados transcende a contabilidade corporativa: eles fornecem evidência empírica do papel das empresas no equilíbrio fiscal do Estado e na sustentação de políticas públicas essenciais”, diz o estudo.
Pablo Cesário, presidente executivo da Abrasca, destaca: “Essas empresas são a coluna vertebral da economia nacional e o pulmão fiscal e produtivo do país. Fortalecer o mercado de capitais é fortalecer o Brasil. Se o país cresce, todos crescem. Este é o nosso propósito. Somos o fórum onde as grandes empresas se encontram e dialogam para pavimentar este caminho. Precisamos fortalecer nosso ambiente de negócios e construir um país mais competitivo e próspero”.
Salários altos
De acordo com Márcio Holland, coordenador do estudo e professor da FGV EESP, outro ponto relevante da pesquisa é a qualificação dos empregos e os salários acima da média que essas empresas proporcionam: “As companhias de capital aberto analisadas pagaram R$ 344,3 bilhões em remuneração direta em 2024; ao dividir pelos 2,8 milhões de empregados, o resultado é de R$ 10.250 por mês, 2,8 vezes maior que a média nacional que é de R$ 3.700/mês pela RAIS”.
“Dessa forma, a riqueza transferida pelos grandes grupos empresariais ao setor público não pode ser vista apenas como um ônus fiscal, mas como uma das principais manifestações do papel social e institucional que exercem”, avalia Rodrigo Moccia, presidente da Comissão de Relações Institucionais e Governamentais da Abrasca.
Metodolgia
O levantamento considera a DVA (Demonstração do Valor Adicionado), que mostra quanto da riqueza gerada pelas empresas foi transferida ao setor público.
O indicador reúne impostos, taxas e contribuições. Abrangem-se as esferas federais, estaduais e municipais. Incluiu-se IRPJ, CSLL, INSS, ICMS, IPI, PIS e Cofins, além de pagamentos ao Sistema S e tributos recolhidos no exterior.
A metodologia leva em conta os tributos compensáveis, como ICMS e IPI, apenas pelo valor efetivamente devido. O cálculo usa a diferença entre o imposto incidente e o recuperável nas compras de insumos.
Leia a pesquisa na íntegra:



