Lula diz que irá “cobrar imposto devido” a fintechs após queda da MP das aplicações

O presidente Lula – Foto: Ricardo Stuckert via PR

Por Gabriel Benevides, de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 5ª feira (9.out.2025) que vai se debruçar sobre a tributação mais elevada de fintechs como forma de compensar a queda da medida provisória das aplicações financeiras (MP 1.303 de 2025).

“Vou reunir o governo para discutir como vamos propor que o sistema financeiro, sobretudo as fintechs –têm fintechs hoje maiores do que banco– paguem o imposto devido a esse país”, declarou o petista em entrevista à Rádio Piatã.

Ele estará fora de Brasília até a próxima 4ª feira (15.out). Viajará para a Bahia, São Paulo e Roma nesse intervalo. A equipe econômica agora precisa elaborar medidas alternativas e apresentá-las ao chefe do Executivo.

A medida provisória das aplicações já trazia algumas previsões sobre o aumento da tributação sobre fintechs

O setor financeiro teria mudanças na alíquota de CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido). Seria de 15% para:

  • Pessoas jurídicas de seguros privados.
  • Instituições de pagamento.
  • Bolsas de valores e de mercadorias e futuros.
  • Entidades de liquidação e compensação.

A alíquota de 20% de CSLL atingiria:

  • Pessoas jurídicas de capitalização.
  • Sociedades de crédito, financiamento e investimentos.

A norma excluiria a categoria atualmente tributada com 9% de CSLL. A Câmara rejeitou e Lula perdeu R$ 1,58 bilhão de arrecadação extra em 2026, segundo os cálculos da Fazenda.

O presidente adotou o tom de que a medida vai prejudicar a população brasileira. O governo adotou a narrativa de “Congresso inimigo do povo” pela derrubada da MP. É uma forma de pressionar para a aprovação de pautas futuras, de uma forma similar ao que houve com a reforma do Imposto de Renda.

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