
O diretor de relações governamentais da Abes (Associação Brasileira de Empresas de Software), Marcelo Almeida, disse que não há capacidade “mínima” de processamento no desenvolvimento dos sistemas da reforma.
Outro desafio citado pelo especialista é o prazo para implementação das regras, que seria muito curto.
“Na nossa visão, não estamos com a capacidade operacional mínima estabelecida para que possa processar a reforma tributária do jeito que foi aprovada”, declarou Marcelo em entrevista ao Portal.
Segundo ele, muitas cidades ainda não estão preparadas para os novos sistemas. Menciona que só 10% das prefeituras aderiram aos testes do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).
O diretor defende uma participação mais “ampla” dos governos municipais para que todos acompanhem as mudanças.
Marcelo deu como exemplo o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) alfanumérico –que vai misturar letras e números. De acordo com ele, essa é uma mudança que exigirá muito trabalho dos desenvolvedores de software.
“Temos as perspectivas de ter os CNPJs alfanuméricos e a conjugação disso com os campos da reforma tributária geram mudanças sistematicamente muito acentuadas. Então, o meu software passa a não ler só números. Passa a ler números e letras. E isso não é simples”, disse.
Marcelo declara que outros procedimentos de software ainda não estão definidos. Segundo ele, isso cria insegurança.
“Enquanto isso está na dúvida, vou ficar especulando regra, perdendo tempo de programação, sem saber ao certo o que está acontecendo”, afirmou.



