Pessoas, processos e contexto: os pilares que sustentam a transformação nesta primeira fase da reforma tributária

Reprodução: Freepik.

Por Wagner Dirlon 

Estamos vivendo um dos períodos mais desafiadores e transformadores do ambiente corporativo brasileiro.

A primeira fase da Reforma Tributária não é apenas uma atualização legal — é uma verdadeira reconfiguração organizacional.

E, no centro desse movimento, estão primeiramente as áreas de Tax e IT, responsáveis por interpretar, traduzir e operacionalizar as mudanças que estão moldando o novo cenário tributário.

O sucesso dessa transição depende diretamente do equilíbrio entre Pessoas, Processos e Contexto — o Tripé da Transformação, conjunto de pilares que tem sustentado as empresas neste momento de validações intensas, ajustes sistêmicos e preparação para os impactos que só serão totalmente sentidos no próximo ano.

1️⃣ Pessoas — onde a mudança realmente acontece

A Reforma Tributária trouxe um novo protagonismo às pessoas.

Mais do que nunca, o conhecimento técnico precisa caminhar junto da capacidade de colaboração e adaptação.

As equipes estão vivendo uma fase intensa de aprendizado e integração.

Profissionais de Tax e IT estão trabalhando lado a lado para interpretar, testar e validar o novo modelo tributário.

Entre os principais focos atuais estão:

– A interpretação e criação de novas tags fiscais que suportem o modelo futuro;

– A validação cruzada de dados entre sistemas e áreas correlatas;

– E a revisão de cadastros e classificações que garantirão consistência nos próximos ciclos.

Essas atividades exigem uma postura diferente: menos operação isolada e mais construção coletiva.

É a clareza de propósito e o engajamento das pessoas que têm garantido o avanço, mesmo diante de tantas incertezas.

💡 A verdadeira transformação tributária começa quando as pessoas compreendem o porquê da mudança e assumem o papel de protagonistas.

2️⃣ Processos — o alicerce da consistência e da previsibilidade

Enquanto o impacto direto da Reforma nos preços e cálculos será validado apenas no próximo ano, o trabalho de estruturação já está em pleno andamento.

O foco agora é ajustar processos, revisar fluxos e assegurar que as bases operacionais estejam preparadas.

Entre as ações mais relevantes estão:

Revisão de parametrizações e cadastros para garantir aderência ao novo modelo de incidência;

Testes de integração entre sistemas (ERP, fiscal e contábil), prevenindo falhas quando o novo modelo for implementado;

Criação de ambientes de simulação, que permitem validar a consistência dos dados e testar impactos antes da virada.

Esses movimentos não são apenas técnicos — são estratégicos.

Eles garantem que a organização mantenha ritmo, controle e rastreabilidade, transformando a complexidade da Reforma em um processo estruturado de evolução.

> 🔁 Processos bem estruturados são o que separam uma adaptação emergencial de uma transformação sustentável.

3️⃣ Contexto — o ambiente que possibilita a evolução

Mesmo com pessoas engajadas e processos revisados, nada prospera sem um contexto que favoreça a adaptação.

Essa primeira fase da Reforma tem revelado um ponto crucial: a maturidade da cultura organizacional define a velocidade da mudança.

Empresas que estão avançando com solidez compartilham alguns elementos em comum:

Governança integrada, com comitês dedicados à Reforma Tributária, conectando as decisões entre áreas;

Comunicação contínua, com atualizações claras sobre o andamento das validações e próximos passos;

Ambiente de aprendizado ágil, que permite testar, ajustar e aprender com segurança.

Esse contexto é o que sustenta o equilíbrio entre execução técnica e engajamento humano.

Sem ele, a Reforma vira apenas um projeto; com ele, torna-se um movimento de transformação real.

> 🌍 Contexto é o que transforma complexidade em aprendizado e incerteza em progresso.

O agora que define o depois

Estamos há poucos meses da virada, e este é o momento mais sensível:

a fase das validações, simulações e consolidação das bases.

Enquanto o novo modelo ainda não impacta preços ou resultados, é agora que se decide quem chegará preparado ao próximo ciclo.

As empresas que estão avançando melhor são aquelas que entenderam que essa primeira fase não é apenas técnica — é estratégica.

Elas estão fortalecendo pessoas, refinando processos e cultivando um contexto de colaboração contínua.

 “O impacto econômico ainda é incipiente, mas a reestruturação dos processos fiscais está em plena transição.”

Conclusão — a Tríade que sustenta o futuro

A Tríade da Transformação — Pessoas, Processos e Contexto — tem se mostrado o verdadeiro alicerce desta primeira fase da Reforma Tributária.

É ela que garante que o aprendizado de hoje se transforme em vantagem competitiva amanhã.

As Pessoas estão desenvolvendo novas competências.

Os Processos estão sendo ajustados para garantir segurança e fluidez.

O Contexto está permitindo que tudo isso aconteça com clareza e propósito.

Mais do que se preparar para o novo modelo tributário, as empresas estão aprendendo a se transformar com consistência e intenção.

> ✳️ Transformar não é esperar o novo acontecer — é construí-lo antes que ele chegue.


Wagner Dirlon é Diretor de Finanças & Tributos na Neodent e fundador da Leading IsCool. De estagiário a diretor, une finanças, liderança e cultura para impulsionar performance e transformação organizacional. Especialista em estratégia, impostos e gestão de equipes, lidera com frameworks de alto engajamento e visão integral de negócios e pessoas.


Os artigos escritos pelos “colunistas” não refletem necessariamente a opinião do Portal da Reforma Tributária. Os textos visam promover o debate sobre temas relevantes para o país.

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